Silêncio
A pior parte foi o silêncio.
A forma como ele me ignorava, como se eu não existisse fora dos nossos encontros.
Como se bastasse me ver por algumas horas pra depois simplesmente desaparecer.
Doía.
Eu mandava uma mensagem simples, só pra saber se ele estava bem — e ele visualizava, mas não respondia.
Ou respondia dias depois, com frases secas, curtas, como se fosse um favor.
E eu ali… esperando.
Contando os minutos.
Me questionando o tempo todo: "Fui demais? Fui carente? Fui inconveniente?"
A verdade?
Eu só queria ser lembrada.
Porque ele me fazia sentir tão viva quando estávamos juntos…
Mas depois me deixava tão invisível, tão descartável.
Era como se ele tivesse apertado um botão de “pausa” em mim.
Como se eu fosse só um momento, nunca uma presença constante.
E mesmo assim… eu esperava.
Esperava a notificação.
O “Oi, sumida”.
O “Tô com saudade”.
Mas o que eu recebia era o vazio.
Era o sumiço que machucava mais do que qualquer “não posso”.
Era ele me calando com sua ausência.
E ainda assim, eu continuava lá.
Porque, no fundo, bastava uma palavra dele pra eu esquecer tudo.
Pra correr de novo, pra me entregar de novo.
Ser ignorada por quem a gente ama…
é um tipo de dor que não faz barulho, mas marca.
E ele marcou.
Com o silêncio mais alto que já ouvi.