Amor Profano
Amante reles e despudorada! Na tentativa – que não vale nada – de convencer-me com os teus espasmos, deixas-me insana, e no meu furor, o antagonismo do que é o amor explode numa sucessão de orgasmos! Teu corpo me consome, mas tua ausência me mata. É profano porque não posso chamá-lo de meu, e ainda assim é sagrado no meu peito. Te amo no silêncio que me sufoca, no segredo que me arde, nas noites em que minhas palavras ficam sem resposta e eu me vejo implorando por migalhas de atenção. Já cansei de falar sozinha, de encher sua caixa com mensagens sem retorno, de ser sempre eu quem insiste, enquanto você permanece frio, distante, preso ao seu mundo. E, ainda assim, é em ti que encontro a chama que me queima e o gelo que me congela. Você me deixa perdida entre a intensidade do desejo e o vazio da indiferença. O que sinto explode quando estamos juntos, mas se desfaz em silêncio logo depois. Não sei se um dia vou aprender a não procurar, a não me doar além da conta, mas sei que, mesmo ...