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Amor Profano

Amante reles e despudorada! Na tentativa – que não vale nada – de convencer-me com os teus espasmos, deixas-me insana, e no meu furor, o antagonismo do que é o amor explode numa sucessão de orgasmos!  Teu corpo me consome, mas tua ausência me mata. É profano porque não posso chamá-lo de meu, e ainda assim é sagrado no meu peito. Te amo no silêncio que me sufoca, no segredo que me arde, nas noites em que minhas palavras ficam sem resposta e eu me vejo implorando por migalhas de atenção. Já cansei de falar sozinha, de encher sua caixa com mensagens sem retorno, de ser sempre eu quem insiste, enquanto você permanece frio, distante, preso ao seu mundo. E, ainda assim, é em ti que encontro a chama que me queima e o gelo que me congela. Você me deixa perdida entre a intensidade do desejo e o vazio da indiferença. O que sinto explode quando estamos juntos, mas se desfaz em silêncio logo depois. Não sei se um dia vou aprender a não procurar, a não me doar além da conta, mas sei que, mesmo ...

Canceriana

Encontro nos livros o refúgio perfeito para viver histórias que a vida real ainda não escreveu — pelo menos não como nos romances que me fazem suspirar. Entre páginas e capítulos, acredito que o amor verdadeiro existe — mesmo que, por enquanto, ele só aconteça entre personagens. Cada leitura é uma chance de sentir, viver, amar e recomeçar. Para mim, os livros não são apenas histórias: são possibilidades. E, enquanto o mundo lá fora não entende a minha intensidade, eu sigo firme, amando com o coração inteiro e esperando que a vida, um dia, capriche no enredo.

Está na hora de dizer adeus

Com ela, você faz amor. Com ela, você sorri de graça. Com ela, você dá "feliz aniversário" sem ser cobrado. Com ela, você está animado. E comigo? Comigo, tudo é momentâneo. Me deu "feliz aniversário" por obrigação, porque eu implorei por uma resposta. A gente só se vê porque eu insisto. Será que um dia você vai fazer algo sem que eu precise implorar? Será que algum dia vamos fazer amor de verdade, e eu vou sentir o seu verdadeiro eu, como ela sente? Ah, o amor... como é bonito quando não precisa ser pedido, implorado. Será que algum dia vou ter o privilégio de amar e ser amada também? Cheguei aos trinta anos, divorciada, sendo amante de um homem que nem me ama. Minha vida foi feita de migalhas. Passei meu aniversário trancada em um quarto, triste, porque meu amante não se lembrou de mim. Porque ele nunca foi recíproco. Será que algum dia ele realmente me desejou? É doloroso amar e, mesmo sabendo que você não é nada pra ele, continuar ali, com medo de nunca mais vê-l...

Carta que eu nunca tive coragem de te entregar

Oi, Eu sei que você anda sem tempo, ocupado, com mil coisas na cabeça. Mas e eu? Você já parou pra pensar como é estar desse lado, esperando uma resposta que nunca vem? Eu não tô te pedindo o mundo. Não tô cobrando presença constante, nem promessas. Tô só tentando entender se ainda vale a pena insistir. Se você ainda sente algo por mim ou se eu tô sozinha nessa. Já tentei respeitar seu tempo, seu espaço, seu jeito. Excluí redes sociais, parei de mandar mensagem, me contive tantas vezes… só pra não parecer demais. Mas dentro de mim, tudo era muito. Muita saudade, muita dúvida, muita vontade de te ver, de ouvir um “sim”, de saber que você ainda me quer. Eu te perguntei se podia te ver. Uma pergunta simples. Mas a resposta nunca veio. E é esse silêncio que me machuca mais do que qualquer “não”. Porque o “não” ao menos me liberta, me dá um caminho. O silêncio me prende no nada. Eu tô cansada de me perguntar se você quer ou não continuar. Cansada de me sentir sempre um passo atrás. Você me ...

O silêncio que machuca mais que um "não"

Eu já fui paciente, já fui compreensiva, já esperei o tempo que você pediu. Já me calei quando o coração gritava, só pra não parecer demais. Já tentei entender suas ausências, justificar seus silêncios, aceitar suas regras. E ainda assim, você me ignora. Eu não tô te cobrando presença o tempo todo. Eu só queria o mínimo: uma resposta. Um “sim”, um “não”, um “não posso”. Qualquer coisa. Porque ser deixada no vácuo machuca mais do que ouvir que você não quer me ver. Você sabe que eu te espero. Que eu quero continuar. Mas continuar sozinha desgasta. Ainda mais quando a gente se esforça tanto pra respeitar o outro. Eu excluí rede social, me afastei, deixei de perguntar… tudo pra não te sufocar. Mas e você? Já pensou no que isso tudo custa pra mim? Se você ainda sente algo, me diz. Se não sente mais, também me diz. Só não me deixa assim, presa entre a saudade e o silêncio. Porque eu mereço mais do que isso. Mais do que migalhas, mais do que uma dúvida constante. Eu não tô te pedindo amor et...

Silêncio

A pior parte foi o silêncio. A forma como ele me ignorava, como se eu não existisse fora dos nossos encontros. Como se bastasse me ver por algumas horas pra depois simplesmente desaparecer. Doía. Eu mandava uma mensagem simples, só pra saber se ele estava bem — e ele visualizava, mas não respondia. Ou respondia dias depois, com frases secas, curtas, como se fosse um favor. E eu ali… esperando. Contando os minutos. Me questionando o tempo todo: "Fui demais? Fui carente? Fui inconveniente?" A verdade? Eu só queria ser lembrada. Porque ele me fazia sentir tão viva quando estávamos juntos… Mas depois me deixava tão invisível, tão descartável. Era como se ele tivesse apertado um botão de “pausa” em mim. Como se eu fosse só um momento, nunca uma presença constante. E mesmo assim… eu esperava. Esperava a notificação. O “Oi, sumida”. O “Tô com saudade”. Mas o que eu recebia era o vazio. Era o sumiço que machucava mais do que qualquer “não posso”. Era ele me calando com sua ausência. ...

A outra

Amei com o corpo, com o coração, com a alma — em silêncio. Fui a outra por fora, mas por dentro eu fui tudo. Fui carinho, fui desejo, fui cuidado. Fui aquela que ele procurava quando precisava respirar, quando queria ser ele mesmo, sem máscaras. Nos nossos momentos, ele me fazia sentir única. O jeito como me olhava, como me prendia na cama, como gemia — tudo nele era vício. Fazia amor como quem quer marcar, e marcava. Me deixava sem ar, sem juízo, sem defesa. Eu saía dali cheia dele e vazia de mim. Mas aí vinha a realidade. Ele voltava pra vida dele. Pra casa dele. Pra mulher dele. E eu… voltava pro meu silêncio. E mesmo sabendo que ele nunca seria meu, eu fui dele. Com o corpo. Com o coração. Com tudo que sobrou de mim depois de cada “não posso”. Ser a outra não é só desejo. É silêncio. É ausência. É fingir que não sente quando tudo em você grita.